quinta-feira, 14 de março de 2013


ver aquela imagem de distanciamento contínuo que o trem provoca
aguardar até que não se veja mais a estação
tentar respirar e seguir em frente
comer algo doce e pensar que aquela é a unica felicidade que sobrou
o coração aperta e vira-se uma criança em prantos
não há como controlar
o desespero da falta
da vontade da presença imediata, impossibilitada
respirar e sentir os seus pulmões carregados de choro
estar cansada e não ter mais forças pra lutar contra os soluços
os estranhos ao seu redor tornam-se cúmplices e complacentes da dor
a distância vai aumentando
uma cidade
as horas vão passando e você tem que seguir em frente
sentir-se só, ir, só
a distância vai aumentando
um país
uma carta que te comove quando você já não pode mais voltar
e agradecer e recompensar com beijos
a distância vai aumentando
um continente
e o querer dar as mãos mesmo longe,
sentir cheiros e gostos através da lembrança,
fechar os olhos e ver um sorriso, uma lágrima, um abraço, um adeus
não se pode abraçar uma memória
mas a memória inflama algo no coração
a chama está acesa
e é preciso seguir em frente
e SORRIR
e a distância diminui
com o AMOR, presente.

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